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Padaria é fechada após onda de assaltos

15Jul

Padaria é fechada após onda de assaltos

A insegurança na Cidade Alta fez com que um comerciante de 24 anos decidisse fechar as portas de sua padaria. Na noite de quarta-feira, a loja foi alvo de bandidos pela quinta vez - uma tentativa e quatro assaltos - em apenas cinco meses de funcionamento, segundo a vítima. O estabelecimento fica na Rua José Lourenço, entre os bairros Borboleta e São Pedro. Por volta das 20h, quatro homens, um deles armado com revólver, invadiram o local e anunciaram o assalto. "Foi uma coisa assustadora. Eles estavam com o rosto coberto e foram muito violentos. Um bateu com a arma na nossa cara e empurrou a gente, querendo dinheiro. Os outros estavam com mochilas e se preocuparam mais em pegar as mercadorias", contou o proprietário, lembrando que o pai, 52, também ficou na mira dos criminosos. Além da família, um cliente, 23, foi rendido e teve R$ 50 e um capacete roubados. O comerciante calculou um prejuízo de mais de R$ 3.500, entre produtos levados e dinheiro. O bando ainda roubou um celular e até a câmera de vigilância da padaria. Ontem, durante todo o dia, as portas do estabelecimento ficaram fechadas e um cartaz na porta avisava: "Atenção, por questão de falta de segurança, estamos reavaliando se compensa reabrirmos."

O comandante da 99ª Companhia da PM, responsável pelo policiamento da Cidade Alta, capitão Marcellus de Castro Machado, informou que, até hoje, foram registrados três assaltos à padaria, sendo que, nos dois primeiros, no carnaval, os suspeitos foram presos. Em relação à ocorrência de quarta-feira, ele garante que a PM já trabalha na identificação do adulto e dos três adolescentes suspeitos. "Disponibilizamos viaturas rotineiramente na área, e a padaria é contemplada com nosso patrulhamento", garante o comandante.

Ele lembra que, recentemente, comerciantes da Cidade Alta foram convidados a preencher um questionário informando suas principais preocupações em relação à segurança local. "Com base nesses dados, disponibilizamos uma viatura para tentar atender aos comerciantes nos horários mais críticos para eles."

Outra iniciativa da PM, segundo o capitão, são as reuniões realizadas com lojistas, líderes comunitários, além de síndicos e funcionários de condomínios fechados. Nesses encontros, os militares promovem palestras e treinamentos. "Numa última etapa, vamos nas casas e lojas, verificando os pontos de vulnerabilidade em cada construção." Diante disso, os policiais preenchem um formulário com orientações ao proprietário, como evitar deixar objetos visíveis, instalar alarmes e câmeras, trocar fechaduras frágeis, e até intervenções mais complexas, como aumentar o tamanho do muro das construções. Conforme o capitão, de dez a 15 orientações são feitas por dia, mas a PM ainda não monitorou quantos proprietários realmente adotaram as recomendações.

* MATÉRIA PUBLICADA NO JORNAL TRIBUNA DE MINAS DO DIA 15 DE JULHO DE 2011.

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