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Padarias ganham fama com variedade de pães

12Jul

Padarias ganham fama com variedade de pães

Na hora do café da manhã, milhões de brasileiros têm encontro marcado na padaria. Um pão quentinho é tradição. A única dúvida é saber qual tipo de pão diante de tanta variedade. Em São Paulo, essa dúvida se multiplica, porque os milhares de imigrantes que ajudaram a construir a cidade trouxeram também receitas deliciosas, apresentadas em centenas de padarias. Mas tem um bairro bem no Centro que acabou concentrando em poucos quarteirões muitos desses estabelecimentos e é o que mais dá água na boca na capital paulista.

O endereço das compras é também o das padarias diferentes, várias pertinho umas das outras. Uma padaria, que funciona há 60 anos no bairro do Bom Retiro, tem receitas tradicionais da culinária judaica. Cada coisa diferente. Tem um pão de cebola fininho, outro mais cheinho, pão de papoula, um ingrediente importado. Quem quiser adoçar a vida, pode se deliciar com o bolo de mel.

É assim: você chega e vai logo provando, sem chance de escapar. Quem entende tudo do assunto é o balconista José Mário Andrade, nordestino do Recife, mas que já trabalha há 12 anos. “Temos um bem tradicional também que é o beigali duro. Ele tem um segredo básico que muita gente não sabe que para ser assado antes precisa cozinhar ele com mel e água e depois vai ao forno com a temperatura alta”, explica Mário.

O principal na mesa dos judeus é o chalah, feito basicamente com farinha de trigo especial, óleo, uva passa e gergelim. “Tem muito a ver com a mulher, porque a mulher é que toda sexta-feira ela faz o pão. Ele foi feito para que a mulher o faça para trazer paz para casa, traz muitas bênçãos para casa”, conta a professora Rachel Ende.

“Quando ele está bem fresquinho, bem quentinho, é muito bom. Dá uma sensação muito gostosa, é um pão muito bom de comer”, garante a assistente social Emi Bauer.

Se é para variar o paladar, que tal pão de batata doce? De abóbora? Tem com curry também e com amendoim. Tudo criação dos coreanos que invadiram o bairro do Bom Retiro. “A gente acabou fazendo uma variedade de pães para atender o público coreano, não só os coreanos, como também os brasileiros”, justifica o dono da padaria Fabiano Kim.

Na hora do cafezinho na padaria coreana, a pedida boa mesmo é o pão de feijão. Feijão diferente, não é aquele que a gente come todo dia no almoço. É bem pastoso o recheio e é doce. Todos os imigrantes que chegaram ao Bom Retiro trazem sotaques, influências culturais e culinárias que ajudam a enriquecer essa cidade.

Matéria exibida no Bom Dia Brasil, da TV Globo, desta terça-feira (12/07/11).

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