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Saúde e comodidade ditam mercado de alimentação atual

23Jul

Saúde e comodidade ditam mercado de alimentação atual

Pesquisas apontam que consumidores pretendem comer alimentos mais saudáveis, mas com auxílio do serviço de delivery e de promoções

Saúde e comodidade. Essas são as duas palavras que exigem atenção dos empresários do ramo food service durante todo este ano. Em meados de 2019, muitas já foram as tendências identificadas no mercado de alimentação baseadas nesses dois pontos.

De acordo com a última edição do estudo ‘Uber Eats FoodCast’, 2019 é o ano em que o veganismo é ‘a’ tendência. Com base no aumento de buscas no aplicativo durante o período de maio a novembro de 2018, flores comestíveis e substitutos de carne, como o seitan e o heme, devem aparecer em vários cardápios de restaurantes ao longo dos próximos meses.

Segundo a assessoria de imprensa do Uber Eats, a lista completa das tendências alimentares em alta descobertas para este ano inclui ainda alimentos e bebidas à base de cânhamo (sementes, leite e chá) e manaeesh (pão popular no Mediterrâneo Oriental).
“Como os dados da pesquisa mostram, as preferências alimentares estão em constante mudança, e a última tendência que percebemos foi o aumento de jantares mais sustentáveis. Com isso, esperamos que o veganismo se torne cada vez mais popular, passando de apenas alguns por cento em cada país para uma escolha de estilo de vida para milhões de pessoas. É interessante ver como os hábitos alimentares dos latinos estão mudando com o tempo. O nosso multiculturalismo mostra que é possível melhorar nossas preferências alimentares, possibilitando uma dieta mais diversificada”, diz Gabriela Manzini, gerente de comunicação do Uber Eats no Brasil.

Além disso, Manzini acrescenta que “o volume de pesquisa dos usuários também revela que aplicativos de entrega de comida, como o Uber Eats, estão transformando rapidamente a percepção desse serviço, saindo de uma ‘culpa’ do fim de semana para uma parte cada vez mais importante de nossos hábitos alimentares diários. Assim, à medida que olhamos para 2019, esperamos que os nossos usuários procurem por opções de refeições diárias, saudáveis e mais econômicas”, afirma.

Conforme o mais recente levantamento da Associação Brasileira de Franchising (ABF) sobre as tendências na área da alimentação, os investimentos em tecnologia e produtos mais saudáveis se destacam.
João Baptista, coordenador do comitê de Food Service da associação, esclarece que “o segmento de alimentação é um dos mais tradicionais e representativos do franchising. Como em todo setor, o investimento em tecnologia vem crescendo por conta de diferentes fatores, como o aumento dos meios digitais no dia a dia das pessoas, a necessidade de digitalizar o atendimento e os meios de produção. O consumidor está cada vez mais exigente, e a modernização e eficácia do atendimento são imprescindíveis para a satisfação do consumidor na ponta. Produtos mais saudáveis estão mais presentes no cardápio das redes por causa da mudança de postura do consumidor. As pessoas procuram saber mais a origem do alimento, o processo de fabricação, a tabela nutricional, os ingredientes. As redes estão acompanhando esse processo de mudança de hábitos e se adaptando à demanda”, afirma.

Baptista ressalta que, também de acordo com a última pesquisa de Food Service da ABF, “cada vez mais, a experiência do consumidor e a tecnologia estão passando a ser questões preponderantes para o bom desempenho e o sucesso dos negócios, e as redes de alimentação estão avançando nesse sentido. Novos formatos, terminais eletrônicos, investimento no delivery e outras reinvenções ligadas às mudanças no comportamento do consumidor vêm sendo adotadas pelas redes. Aquelas que não pensarem fora do formato tradicional tendem a perder espaço”, alerta.

O coordenador ainda destaca que “o delivery vai ser uma das grandes tendências do ano, já que a modalidade vem crescendo exponencialmente desde 2018 e ainda há muitos espaços para serem preenchidos. É necessário pensar fora da caixa, repensar o modelo tradicional de loja, investir na modernização e em novas tecnologias de atendimento e experiência do consumidor. É preciso olhar as tendências e estudá-las para saber se elas se encaixam ou não no seu negócio. Nenhuma tendência deve ser seguida cegamente, elas existem para auxiliar o empresário e apresentar novos caminhos. Hoje, temos um cenário bem diferente na relação entre o produto e o consumidor do que tínhamos há alguns anos”, diz.

Um levantamento da Mintel, agência líder mundial em inteligência de mercado, também traz a alimentação saudável como a bola da vez de 2019, mas de forma ainda inicial. Ana Paula Gilsogamo, especialista em alimentos e bebidas da empresa, ressalta que, segundo a pesquisa, “apesar de ser importante para o brasileiro adotar uma dieta alimentar mais saudável, a maioria dos consumidores (38%) ainda está no processo de adoção desses hábitos. Apesar dessa intenção e interesse, a pesquisa também apontou que o brasileiro tem dificuldade em adotar e manter hábitos saudáveis, já que 75% dos entrevistados concordaram com a afirmação ‘é muito difícil manter hábitos alimentares saudáveis'”.

Gilsogamo partilha ainda que “a pesquisa também demonstrou que ingredientes naturais que combinem funcionalidades para o bem-estar físico e emocional têm potencial junto ao consumidor brasileiro. De acordo com a pesquisa Mintel, 58% dos entrevistados que já adotaram ou demonstram interesse em adotar hábitos alimentares saudáveis concordaram com a afirmação ‘aquilo que eu como impacta no meu bem-estar físico’ e 41% concordaram que ‘aquilo que eu como impacta no meu bem-estar emocional’. Esse dado está de acordo com a ‘Tendência Mintel Mood to order,’ que destaca que os consumidores estão em busca de benefícios adicionados aos produtos que extrapolam o bem-estar físico e passam também a buscar produtos com benefícios relacionados ao bem-estar emocional”, diz.

Mercado
O Instituto Foodservice Brasil (IFB) também sempre está atento às últimas tendências da área de alimentação. Ingrid Devisate, diretora executiva do IFB, relata que a organização “entrega aos seus associados relatórios mensais sobre o mercado de alimentação fora do lar e tendências, como o Índice Desempenho Foodservice (IDF), que mostra dados macroeconômicos, índice de vendas, transações e projeções, além da pesquisa Consumer Eating Share Trends (CREST) com 70 mil consumidores entrevistados ao ano e que mostra desde o cenário do setor, potencial de consumo, a dados de tráfego por períodos, segmento (fast food, padaria, quilo) e canal de compra (loja, delivery, app). O IFB também oferece aos membros o Foodcheck, um track sobre o abastecimento dos restaurantes, gerando análises de share de valor, volume, preço, marcas e canais de compra”, detalha.
Para Devisate, “o food service brasileiro é orientado para quem está longe de casa. Ou seja, o volume de tráfego do setor está relacionado com a taxa de desocupação.

Aumentando o número de pessoas empregadas, maior o número de consumidores. O ano de 2018 foi de incertezas e, mesmo com a leve reaquecida do mercado no fim do trimestre, ainda não foi suficiente para superar os impactos negativos dos trimestres anteriores. Neste momento, o movimento mais depende do tráfego do que do ticket médio. No ano de 2018, o aumento de tráfego nas padarias foi de 19%, enquanto o gasto nesse canal teve aumento de 11%. Em longo prazo, o food service é uma fonte de oportunidades. As tendências podem ser criadas, o que demanda inovação dos operadores de restaurante e da indústria, mas também são norteadas pelos novos hábitos dos consumidores”.

Questionada se as refeições vegetarianas são, realmente, uma tendência de 2019, a diretora do IBF avalia que “embora tenham crescido, representam apenas 0,5% das escolhas. No contexto atual, o consumidor tem buscado bons preços e descontos, assim, existe uma crescente no número de ofertas e no consumo por meio de promoções, como os combos refeição + bebida, por exemplo. Qual é o seu posicionamento em relação a custo-benefício? O consumo de indulgências mostra crescimento, vale a pena investir em ofertas para o horário do almoço. O consumo dentro do local é majoritário, mas ‘para viagem’ já representa um quarto do gasto nas refeições, mostrando a importância de os estabelecimentos incluírem opções de entrega. Se as empresas não souberem como mudar e incluírem novas tecnologias no food service, tenderão a perder fluxo”, salienta.

Ainda segundo Devisate, “uma grande tendência da NRA SHOW – maior congresso voltado ao setor, mostra a importância de inserir totens de atendimento, o que facilita a vida do consumidor sem tempo, evitando filas e erros de pedido. Algumas redes no Brasil e boa parte das companhias aéreas já investiram nesse modelo de atendimento. Sobre comunicação e atendimento, ser transparente na hora de comunicar o produto é fundamental, assim como o atendimento mais inclusivo dentro e fora do balcão, a exemplo da Starbucks, que montou uma loja formada apenas por funcionários com deficiência auditiva, incluindo o drive thru. Por fim, mídias sociais: já aprendeu a fazer promoção? Sua meta pode ser apenas obter 20.000 seguidores no Twitter ou Instagram, mas o que você fará com esses seguidores? Saber como interagir com eles, criar engajamento e vender, deve ser seu objetivo”, recomenda.

Fonte: foodservicenews

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