
15Jan
Pães e massas devem subir 12%
A inflação vai continuar tirando o sono das famÃlias brasileiras em 2016 e o consumidor deve preparar o bolso. A Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas AlimentÃcias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi) prevê aumento de 12% no preço desses produtos, em comparação ao ano passado. A disparada do dólar é um dos motivos da alta, já que a maior parte do trigo utilizado no Brasil é importada.
“Cerca de 70% do custo de produção do macarrão e do pão industrializado é farinha de trigoâ€, explicou o presidente da Abimapi, Cláudio Zanão. Ele explicou que algumas indústrias já anteciparam aumentos em 2015 e, aquelas que ainda não o fizeram, vão reajustar os preços neste ano. Segundo Zanão, o impacto para o consumidor deve ser menor, em torno de 4%. “O varejo não costuma repassar o valor integral do aumento, pois, acima de tudo, há o interesse de venderâ€, explicou.
O presidente da Abimapi não acredita que o consumo desses produtos terá grande redução devido aos reajustes. Segundo ele, o biscoito, por exemplo, é um produto que já faz parte do dia a dia do consumidor, com 99,5% de penetração no carrinho de compras dos brasileiros. “As pessoas adquirem, no mÃnimo, um pacote de biscoitos por ano. Elas podem escolher opções mais baratasâ€, considera. No caso do pão de forma, a penetração é de 75%, o que corresponde a 10% do consumo nacional, segundo Zanão. “O produto que tem muito a crescer no mercadoâ€, afirma.
O consumidor, no entanto, já mostra comportamento defensivo. A atendente de padaria Josilene Souza, 23 anos, destaca que, com o quilo do pão francês custando R$ 11, os clientes têm buscado alternativas. “Acredito que, ainda este mês, o quilo chegará a R$ 12â€, previu. A comerciante Maria Helena, 56 anos, contou que o produto deixou de ser prioridade e a melhor opção é a tapioca. “Hoje, só compro pão de duas em duas semanas. Antes, era todos os dias, até mais do que o necessárioâ€, disse ela.
Assim como nos últimos anos, o Brasil permanece como terceiro consumidor mundial de massas, com 1,27 milhão de toneladas por ano, atrás dos Estados Unidos e da Itália. O consumo per capita em 2014 manteve-se em 6kg/ano.
A funcionária pública Lucilene Vieira, 52 anos, disse que os aumentos a forçaram a trocar de marca. “Hoje, não compro mais o mesmo macarrão. Biscoito, agora, é só o de maizena e o de água e salâ€, comentou. Segundo Júlio Sérgio Gomes, economista e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o brasileiro “sabe se virar e tem estratégias de sobrevivência bastante criativasâ€. Apesar disso, ele alertou para a importância do trigo. “O cereal é matéria-prima de alimentos básicos, por isso o aumento pode gerar problemas para as famÃliasâ€, afirmou.
Fonte: ABIMAPI
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