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Crise muda hábitos e população prefere comer em casa para segurar orçamento

16Nov

Crise muda hábitos e população prefere comer em casa para segurar orçamento

A queda no poder aquisitivo fez o brasileiro rever alguns hábitos adquiridos nos tempos de bonança da economia. As idas aos restaurantes escassearam e a frequência nos supermercados subiu, pois cozinhar em casa é mais barato. De acordo com o boletim Consumer Thermometer, da Kantar Worldpanel, de agosto, 22,7 milhões de lares aumentaram a frequência em supermercados em busca de liquidações. “Percebemos que as famílias estão comprando ingredientes para fazer a comida em casa, como leite condensado, creme de leite, linguiça e hambúrguer”, diz a diretora comercial da Kantar, Christine Pereira. Segundo ela, desde o início da crise, os produtos que mais crescem na lista de compras são linguiça, açúcar e café torrado. E essa mudança de hábito deve demorar a ser revertida. Segundo João Morais, economista da Tendências Consultoria Integrada, o poder de compra dos brasileiros deve começar a se recuperar a partir de agora, mas lentamente. Em seus cálculos, no ano que vem, o poder de compra deve crescer algo em torno de R$ 50 bilhões, de R$ 3,17 para R$ 3,22 trilhões - muito pouco diante das perdas acumuladas. No cenário de Morais, essa pequena retomada será impulsionada pelo crédito e redução dos juros. Enquanto o cenário de crise não é revertido, a regra é se adaptar. A representante comercial Tatiana Arjona parou de comer fora, trocou o Nespresso, em cápsulas, pelo café Pilão, em pó, e deixou de ir ao salão de beleza para fazer unha em casa. “Está tudo muito caro. Parece que o dinheiro não vale mais nada”, diz. Ela fechou uma empresa por causa da crise e passou a ser representante comercial ao lado do marido, Ivan. Nesse processo, a renda do casal caiu 40%. Até mesmo durante a semana, em que precisa comer fora, ela tem racionalizado. “Costumávamos almoçar num restaurante específico e trocamos por um mais barato para se encaixar no novo orçamento”, conta. Como ela, outros milhares de brasileiros têm seguido o mesmo caminho. O tíquete médio nos restaurantes por quilo - que mostra quanto cada pessoa paga por refeição - caiu 13% no último semestre e o do prato feito, 3%. Por outro lado, houve aumento de 15% na frequência em que o consumidor optou pelo sanduíche na hora do almoço, segundo a Kantar. Na casa da consultora de beleza Karen Piasentim, até a tradicional pizza entrou na dança. Pesquisadora voraz de promoções e liquidações, ela encontrou um local no bairro onde a pizza custa metade do preço. “Pagava R$ 40 e agora compro por R$ 24. E é gostosa.” Outra estratégia adotada por ela é usar o tíquete alimentação do noivo para fazer as compras do mês. “Eu cozinho e ele leva marmita. Fica muito mais barato.” Leia matéria completa aqui. Fonte: Márcio Rodrigues

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